Baiana,
da cidade de Itamaraju, Maria de Fátima Dias do Nascimento, 46 anos, migrou
ainda criança com a família para a cidade de Jaru (RO). Casou-se, e mudou-se
para a zona rural de Nova Mamoré, e após residir em vários locais, se
estabeleceu no distrito de Palmeiras por nove anos, onde separou-se do pai de
seus três filhos.
Maria
de Fátima trabalhou muito desde criança, após casar-se, continuou na dura lida
do campo, pois o marido era alcóolatra, pouco ajudava nos rendimentos da
família. Na zona rural de Nova Mamoré, empreitava limpeza de pasto,
construção de cerca, curral e por último, trabalhou numa pequena fábrica de
cabos de vassouras.
Cansada
de ser perseguida pelo ex-marido, Maria de Fátima mudou-se com os três filhos
para a área urbana do município, há cerca de onze anos, passando a residir em
uma casa alugada. Para manter as despesas da casa, corajosamente, trabalhou nos
serviços de faxina, lavagem de roupas e limpeza de quintais.
Maria
de Fátima é mãe de dois filhos especiais, André Dias, 20 anos e Alex Dias, 17
anos, e o mais novo, Paulo Eduardo, 10 anos, é portador de sequelas físicas e
psicológicas, após sofrer um acidente doméstico. Mãe dedicada, sempre se
desdobrou entre a lida dária, o trabalho doméstico e o cuidado com a educação
dos filhos.
Resiliente,
Maria de Fátima comprou um lote urbano em várias prestações, e apesar de ter
ouvido de pessoas muito próximas que não conseguiria quitar o imóvel,
assegurava em seu íntimo com muita convicção que: “posso demorar a pagar, mas
vou pagar”.
Após
pagar a última parcela, Maria de Fátima começou a pagar os materiais de
construção de sua tão sonhada casa própria. Com a ajuda de amigos, de pessoas
da comunidade e de membros da igreja que frequenta, construiu dois
cômodos e saiu do aluguel.
Com
muita luta e persistência, foi construindo os demais cômodos e o muro. Acredita
que em poucos meses, sua residência estará pronta. Adquiriu uma motocicleta e
uma carrocinha para transportar as ferramentas, uma escada e uma máquina de
cortar grama, o que lhe garantiu ampliar sua capacidade de trabalho na poda de
árvores, roçagem, entre outros pequenos serviços.
“Sempre
acreditando em Deus e contando com o apoio de muitos amigos, superei muitos
desafios. Hoje me sinto vitoriosa, senhora do meu destino, ando de cabeça
erguida, e aprendi a dizer não quando algo me incomoda. Sou muito grata pelos
filhos que tenho, e me dedico de corpo e alma a cuidar deles”.
Neste
dia 08 de março, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a história
desta baiana empoderada, inspira muito respeito e inspira outras histórias e
outras vidas. “ Toda mulher é desdobrável, eu sou”, poetisa, Adélia Prado
Autor:
Simon O. dos Santos
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