Motoristas de Nova Mamoré e Guajará - Mirim esperam por horas nas longas filas que se formam.
Mais de 10 horas. Esse é
o tempo que os motoristas do Acre estão demorando, em média, para chegar à
capital rondoniense, Porto Velho. A viagem que antes se fazia em até seis
horas, vem sendo demorada e conturbada por conta das obras de elevação da
BR-364, próximo ao Distrito de Jacy Paraná, um dos pontos que mais sofreu com a
cheia histórica de 2014. Reclamações dos motoristas e moradores acompanham os
trabalhos de intervenção naquele lugar que acontece a passos curtos.
No início da semana, a
reportagem do News Rondônia esteve no local e viu em loco os
problemas que os motoristas enfrentam para realizar um simples trecho da
BR-364. A obra é de responsabilidade do Consórcio MTSUL e foi iniciada em maio
deste ano e pode durar até dezembro. Ela corresponde a elevação dos trechos
855KM, 487KM e 875 KM a 987km.
O vai e vem de tratores e
caminhões com insumos é intenso e comprova que a obra está sendo realizada, no
entanto, sem a agilidade que se precisa tendo em vista que a estrada é um
exclusivo acesso a outros distritos e até ao município de Guajará-Mirim.
Apenas um lado da pista
funciona. Em média, são três horas de muita espera num margem a outra da
pista. Carros, carretas e caminhões ficam enfileirados esperando a autorização
do consórcio. Muitas das vezes, relatam moradores da região, ambulâncias ou
viaturas policiais não têm preferência de passagem e são obrigadas a esperar o
fluxo normalmente.
Apreensivo quanto à
demora, ele reclamou da falta de bom senso da empresa e a ausência da Polícia
Rodoviária Federal (PRF) para controlar o tráfego.
“A empresa poderia
espalhar comunicados aos motoristas, fazer uma publicidade para dá mais
conhecimento desse problema. Muitos são pegos de surpresa, deixam de se
alimentar na cidade de Porto Velho para comer na beira da estrada e aí com esse
bloqueio prejudica (...) A obra é essencial mais é muito humilhante ficar
esperando tanto tempo assim. Aí a gente fica preocupado porque podemos perder a
carga até chegar no destino e fora o risco de sofrer um acidente pois muitos
motoristas não respeitam a fila e tentam ultrapassar na contramão”, reclamou.
Os motoristas reclamaram
também dos insumos que ficam espalhados ao longo do trecho. Alguns carros já
foram danificados por conta do tamanho das pedras e até instrumentos de
trabalho deixados na pista. Risco iminente de acidente e contratempo.
“Vem sendo comum
encontrar pedras pontiagudas que rasgam os pneus ou quando batem uma nas outras
e atingem os vidros do carro. Semana passada, passei por cima de uma enxada, o
funcionário da empresa deixou no meio da pista. A sorte que não danificou o meu
carro. Não existe nesse lugar nenhuma oficina. Daí, quem vai ajudar?”,
questionou o professor Sérgio Roberto Santos morador de Guajará-Mirim.
Sem sossego – Moradores
que vivem na região vivem um impasse. Da aparente calma e tranquilidade da zona
rural, ao barulho intenso do maquinário. O produtor Rural Antonio Silveira, 64
anos, disse que é impossível dormir de noite com o barulho provocado por
caminhões do consórcio.
“Eles não param. Tenho
uma mulher doente que passa a noite reclamando dessa obra. Antes a gente dormia
cedo, hoje nem adiante ser cedo ou tarde; ninguém dorme. Foi-se a calmaria, só
estresse. Sem contar nas algazarras, dos gritos deles [funcionários] quando
estão no horário do descanso. Parece uma festa. Ninguém dorme. É um piseiro só,
com muita música alta e rizadagem. Não vejo a hora desse sofrimento acabar”,
relatou.
Movimentação de
ambulantes – Ao passo que os motoristas aguardam a liberação da pista,
ambulantes oferecem seus serviços. Maria do Socorro Carneiro aproveita a
oportunidade para vender refrescos, água e doces. Uma opção de lucro em dias de
crise.
Porém, socorro faz um
alerta. O calor nessa época do ano e a falta de higiene no preparo de alguns
alimentos oferecem riscos à saúde. Sem a fiscalização da Vigilância Sanitária
Estadual e Municipal alguns ambulantes comercializam os produtos sem a devida
atenção, risco para quem compra.
“Já consegui lucrar, em
apenas um dia, mais de R$ 400 reais só vendendo cafezinho, refrescos e alguns
doces. Tem gente que vende marmita, mais já teve caso de estragar por causa do
sol quente e algumas pessoas passaram mal. Eu evito vender isso, mais acontece
de gente de outros lugares virem para cá e comercializar”, comentou.
Fonte: NewsRondônia
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