Terminou na madrugada
desta quinta-feira o julgamento do delegado Loubivar de Castro Araújo, que em
outubro de 2016 assassinou o também delegado José Pereira da Silva Filho nas
dependências do prédio da Corregedoria da Polícia Civil, em Porto Velho.
Loubivar fez teatro na 1ª Vara do Tribunal do Júri, chorou, se ajoelhou, acusou
outros delegados de mentirem sobre a vida violenta, jurou que matou para não
morrer, mas os jurados não acreditaram em sua versão. Considerado culpado, o
criminoso acabou condenado a 14 anos de prisão pela juíza Juliana Paula Silva
da Costa Brandão, em regime inicialmente fechado. Ele pode recorrer, mas preso.
Segundo o Ministério
Público, os dois delegados tinham rixa antiga e Loubivar foi decidido para
acabar com a vida do rival no dia do crime. “No início do ano de 2015, o
denunciado Loubivar estava sendo designado como Delegado Adjunto da 4ª DP, onde
o delegado titular era a vítima José Pereira da Silva Filho. Assim que teve
contato com a estrutura da 4ª DP, o denunciado quis implantar mudanças
administrativas.
Naquela oportunidade, o denunciado foi informado pela vítima de que deveria respeitar a hierarquia, pois qualquer alteração dependeria de sua autorização, pois ela era Titular da 4ª DP e ele estava sendo designado como Adjunto, episódio rotineiro próprio da administração partilhada numa mesma delegacia. Contudo, porque foi contrariado, o denunciado passou a nutrir um ódio descomunal pela vítima. Tanto é verdade que chegou a inventar a história de que foi ela ameaçado com uma arma apontada em sua direção.”
Naquela oportunidade, o denunciado foi informado pela vítima de que deveria respeitar a hierarquia, pois qualquer alteração dependeria de sua autorização, pois ela era Titular da 4ª DP e ele estava sendo designado como Adjunto, episódio rotineiro próprio da administração partilhada numa mesma delegacia. Contudo, porque foi contrariado, o denunciado passou a nutrir um ódio descomunal pela vítima. Tanto é verdade que chegou a inventar a história de que foi ela ameaçado com uma arma apontada em sua direção.”
Para o Ministério Público
não há dúvida que o crime foi premeditado. “No dia dos fatos, o denunciado encontrou
o momento para eliminar a vida da vítima. Para tanto, agiu de surpresa,
dirigindo-se ao local indicado, encontrou-a sentada, distraída e trabalhando,
momento que sacou sua arma e, sem nada dizer, efetuou dois disparos de arma de
fogo. Dessa forma, o denunciado utilizou-se de recurso que impossibilitou a
defesa de José Pereira da Silva Filho.”
A defesa garantiu que
Loubivar reagiu antes de ser baleado. E disse que o revolver da vítima estava
em cima da mesa, pronto para ser usado. A perícia técnica, no entanto, refutou
com veemência essa tese. “Salienta-se que devido às características observadas
no cabo da pistola .45 e pela posição do lado direito da camisa da vítima,
verifica-se que esta portava a arma naquele local de seu corpo e a tenha sacado
no momento em que foi ferida, devido às marcas dos dedos constatadas no cabo
entremeio ao sangue lá impregnado e devido a seus dedos da mão direita estarem
semicerrados o que indica que estava segurando um objeto, porém tendo a arma
ainda permanecido dentro do coldre, sendo que, em algum momento, devido ao
sangue constatado em ambos, este conjunto, arma e coldre, entrou em contato com
o sangue (aparentemente a vítima levou sua mão direita em direção ao ferimento
que provocava a hemorragia). Logo em seguida a vítima se apoiou sobre o braço
esquerdo da cadeira e tentou se levantar, momento em que o sangue, que já
escorria em grande quantidade sobre o lado esquerdo de seu corpo, inclusive
braço e mão, também caiu por gravidade sobre o lado esquerdo do assento da cadeira
e sobre o piso do seu lado esquerdo. Instantaneamente após, a vítima não
suportando a gravidade dos ferimentos com a grande perda de sangue, soltou a
arma sobre a mesa desfaleceu e caiu, esbarrando sua mão direita na borda da
mesa onde foi constatada a presença de sangue impregnado por arrasto, tendo lá
permanecendo até a realização dos exames. Após a ocorrência dos fatos o
infrator deixou o recinto e provavelmente jogou sua arma sobre o piso do
corredor já que lá foi encontrada. ”
Fonte: Rondoniagora
Nenhum comentário